Como funciona o ensino médio na China?

A China, uma potência global em constante evolução, também se destaca pelo seu sistema educacional. Este artigo mergulha nas nuances do ensino médio chinês, revelando como o país aborda a formação acadêmica nessa etapa crucial da educação. 

Desde a estrutura curricular até as abordagens pedagógicas únicas, embarcaremos em uma jornada informativa para desvendar os detalhes de como funciona o ensino médio na China. Prepare-se para explorar uma faceta fascinante do panorama educacional chinês!

Como é o acesso à educação na China?

Na China, a Constituição assegura a todos os cidadãos o direito à educação obrigatória e gratuita por nove anos, tornando o ensino médio acessível sem custos. Contudo, a realidade é que poucas crianças em áreas rurais de baixa renda conseguem prosseguir além desse período. 

Apesar da gratuidade, custos adicionais como materiais escolares, transporte, uniformes e despesas de alimentação tornam-se obstáculos substanciais para muitas famílias. Embora auxílios financeiros sejam destinados às famílias mais necessitadas, muitas vezes, esses recursos não são suficientes para cobrir integralmente os gastos educacionais.

Além disso, a matrícula de um filho na escola na China requer a posse de um certificado de residência conhecido como “hukou” ou “foukau”, uma condição que nem sempre é alcançada. Esse requisito cria dificuldades, especialmente para os 120 milhões de migrantes no país que não possuem esses certificados de residência.

No contexto das escolas privadas, denominadas “Institutos para Nobres” (Guizu Xuexiao), oferecem um padrão elevado de educação. No entanto, devido aos custos significativos associados, apenas crianças de famílias abastadas conseguem frequentá-las, com bolsas de estudo sendo uma raridade nesse cenário educacional. 

Conheça o sistema educacional chinês

Um aspecto distintivo é o elevado valor atribuído aos profissionais da educação na China. A profissão de professor é altamente valorizada, e os alunos dedicam-se intensamente. É comum ver estudantes imersos na leitura durante os intervalos, passando seus dias na escola e reservando as noites e fins de semana para aprender instrumentos musicais.

As instituições de ensino na China destacam-se por suas estruturas físicas imponentes, campi amplos e avanços tecnológicos. A maioria dos universitários opta por morar nos dormitórios, dado o comprometimento integral com os estudos.

A China é um destino atrativo para estudantes intercambistas, impulsionado pelas iniciativas governamentais que oferecem bolsas de estudo. Além disso, o reconhecimento global das universidades é evidenciado pelo fato de o país ocupar oito das dez primeiras posições no Times Higher Education (THE) Emerging Economies University Ranking de 2019. 

Essa ascensão consolida a China como um ponto de referência no cenário acadêmico internacional. Ademais, à primeira vista, o sistema educacional chinês pode parecer notavelmente estruturado e centrado na memorização e repetição, algo que difere significativamente dos padrões ocidentais.

Como funciona o ensino médio na China?

O ensino médio na China se destaca pela sua natureza altamente seletiva, envolvendo exames para admissão em cada etapa. Embora os alunos enfrentam as mesmas disciplinas, ciências e matemática ocupam 50% do tempo de ensino, enquanto os idiomas correspondem a 30%. 

O ano letivo é dividido em dois semestres, com início em 1.º de setembro e 1.º de março, sendo separados por um mês de férias. As aulas ocorrem de segunda a sábado. Após concluir o ensino médio, os estudantes enfrentam o desafio do “gāokao”, o abrangente vestibular nacional para ingresso na universidade. 

Este exame, realizado por cerca de 10 milhões de candidatos anualmente, é considerado a maior prova de acesso ao ensino superior em escala global. O sistema educacional chinês incorpora uma variante do “Exame Nacional do Ensino Médio” (ENEM), porém, diferentemente do Brasil, este não é utilizado como critério de admissão para universidades. 

Nesse contexto, o exame nacional serve para categorizar os alunos entre as escolas que focam no ensino secundário sênior, funcionando como um tipo de “exame admissional” conhecido como 中考 (zhōngkǎo).

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