O cartão de crédito e débito se tornou parte da rotina dos brasileiros e, para o pequeno negócio, a maquininha já não é mais um diferencial, mas sim um item básico de operação. No entanto, muitos empreendedores se deparam com a dúvida: será que apenas um aparelho resolve ou vale a pena investir em duas maquininhas?
A resposta depende de vários fatores, como volume de vendas, tipos de clientes e até a confiabilidade da conexão. Antes de decidir, é importante entender os prós e contras dessa escolha e avaliar se ela se encaixa no seu perfil. Em um mercado onde existem cada vez mais opções, conhecer as características de cada modelo ajuda a identificar quais maquininhas podem ser mais vantajosas para o seu negócio.
O cenário brasileiro de pagamentos digitais
O uso de dinheiro em espécie já não é mais o padrão no Brasil. Segundo dados do Banco Central e da ABECS, em 2024 mais de 70% das transações comerciais foram feitas de forma eletrônica, seja via cartão ou Pix. Essa mudança não afeta apenas grandes redes, mas principalmente os pequenos negócios que precisam acompanhar a preferência do consumidor.
Para o empreendedor, isso significa que a maquininha de cartão deixou de ser uma opção e passou a ser parte da estrutura mínima de atendimento. Quem não aceita cartão corre o risco de perder clientes que não carregam dinheiro físico. O cenário se torna ainda mais competitivo quando pensamos que a cada dia surgem novas bandeiras, métodos digitais e formatos de pagamento que exigem atualização constante.
É nesse contexto que surge a dúvida: será que uma única maquininha resolve? Ou ter duas, de operadoras diferentes, pode ser a melhor forma de evitar perdas? A resposta não é universal, mas depende do tipo de negócio, do volume de vendas e das necessidades do público. Avaliar os modelos disponíveis e entender quais maquininhas podem ser mais adequadas ao seu negócio é o primeiro passo para não tomar a decisão errada.
Vantagens mais citadas peens práticas:
- Mais bandeiras aceitas.
- Redundância em caso de falha técnica.
- Flexibilidade de taxas e prazos de recebimento.
- Maior confiança para o cliente no ponto de venda.
Desvantagens de ter mais de uma maquininha
Se por um lado ter mais opções pode aumentar as vendas, por outro também significa lidar com custos maiores. Cada maquininha pode ter taxa de adesão, mensalidade ou custo de compra, além das tarifas por transação. Mesmo quando não há aluguel fixo, o simples fato de dividir o volume de vendas entre duas operadoras pode dificultar negociações de taxas mais baixas.
Outro desafio é a gestão financeira. Receber em duas contas diferentes, cada uma com prazos distintos, torna o controle de caixa mais complexo. Muitos empreendedores acabam se confundindo nos relatórios, o que pode gerar dificuldade até na hora de prestar contas no Simples Nacional ou na contabilidade básica do negócio.
Há ainda o aspecto do suporte técnico. Cada empresa tem sua política de atendimento e, em caso de problemas, o empreendedor precisa lidar com dois canais distintos, o que consome tempo e energia. Por isso, antes de investir, vale comparar quais são as maquininhas de cartão mais vantajosas para o seu perfil, levando em conta não só o custo direto, mas também o impacto na organização financeira.
Custos ocultos a considerar:
- Taxas de transação em duplicidade.
- Prazos de recebimento diferentes.
- Complexidade maior na conciliação financeira.
- Possível cobrança de aluguel ou manutenção.
Critérios técnicos para decidir a necessidade
A decisão sobre ter uma ou mais maquininhas deve ser baseada em critérios claros. O primeiro deles é o volume de vendas: negócios que realizam muitas transações por dia estão mais expostos ao risco de falha técnica e podem se beneficiar de um aparelho de reserva. Já quem vende pouco dificilmente justificará o custo extra.
Outro fator é o perfil do público. Se a maioria dos clientes paga com bandeiras tradicionais, como Visa e Mastercard, uma maquininha pode ser suficiente. Mas se há demanda por cartões de benefícios, bandeiras regionais ou alternativas digitais, a segunda máquina pode ser útil. O mesmo vale para quem trabalha em feiras, eventos e delivery, onde a mobilidade e a confiabilidade da conexão são decisivas.
Também é importante avaliar as condições comerciais oferecidas. Prazos de repasse, taxas de débito e crédito, antecipação de recebíveis e suporte técnico são elementos que variam muito entre empresas. Nesse ponto, os comparativos de melhores maquininhas de cartão ajudam a visualizar essas diferenças de forma clara e embasar a decisão de forma objetiva.
Checklist prático para análise:
- Volume diário de vendas.
- Diversidade de bandeiras aceitas.
- Necessidade de mobilidade.
- Taxas e prazos de recebimento.
- Qualidade do suporte e da tecnologia.
Cenários práticos em que ter duas maquininhas faz sentido
Existem situações em que contar com duas maquininhas não é luxo, mas uma forma de evitar prejuízos. Restaurantes, por exemplo, costumam ter momentos de pico em que filas se formam apenas para pagar. Nesses casos, dividir o atendimento em duas máquinas acelera o processo e melhora a experiência do cliente.
Outro exemplo são feiras e eventos temporários, onde o fluxo de vendas é intenso e concentrado em poucas horas. Se um aparelho falhar, a perda de vendas pode comprometer o faturamento de todo o evento. Ter uma maquininha reserva garante que nenhuma oportunidade seja perdida.
No delivery, a lógica também se aplica. Empresas que trabalham com vários entregadores precisam de mais de um aparelho para atender pedidos simultâneos. Isso evita atrasos e dá mais autonomia para cada colaborador. Nessas situações específicas, vale revisar quais maquininhas do mercado oferecem mais flexibilidade e planos compatíveis com alto volume.
Mini-casos em que duas maquininhas são úteis:
- Restaurantes em horários de pico.
- Eventos e feiras com fluxo concentrado.
- Delivery com múltiplos entregadores.
Estratégias de gestão para usar duas máquinas sem complicação
O principal desafio de quem opta por duas maquininhas é a organização. Receber em contas diferentes e com prazos distintos pode confundir até os mais disciplinados. Uma estratégia prática é separar o uso de cada máquina por tipo de venda: uma para o estabelecimento fixo e outra para delivery ou eventos externos.
Outra forma de simplificar é integrar os relatórios por meio de sistemas de gestão ou ERPs que consolidam as transações. Assim, mesmo que os recebimentos caiam em contas distintas, o empreendedor mantém uma visão clara do fluxo de caixa. Essa centralização evita surpresas e reduz o risco de erros no fechamento mensal.
Vale também negociar taxas considerando o volume total de vendas. Muitas empresas oferecem condições melhores para quem concentra operações, mas alguns lojistas conseguem bons descontos ao mostrar que possuem alto faturamento dividido entre operadoras. Para não pagar além da conta, vale comparar as condições entre as melhores maquininhas disponíveis hoje e simular cenários com base no histórico de vendas.
Alternativas tecnológicas à duplicação física
Ter duas maquininhas não é a única solução. Hoje já existem aparelhos que aceitam múltiplas bandeiras, eliminando a necessidade de manter contratos com diferentes operadoras. Alguns modelos ainda oferecem conexões diversas (Wi-Fi, chip, Bluetooth) para garantir funcionamento mesmo em ambientes de rede instável.
Outra alternativa são as soluções integradas ao Pix e às carteiras digitais. Em muitos casos, o cliente prefere pagar por QR Code ou carteira virtual, o que dispensa a necessidade de duplicar maquininhas físicas. Essa flexibilidade reduz custos e mantém o negócio atualizado com as tendências do mercado.
Para operações maiores, o gateway de pagamento é um recurso poderoso. Ele centraliza todas as transações, tanto físicas quanto digitais, em uma única plataforma. Isso facilita a gestão e permite que o empreendedor foque no crescimento do negócio em vez de gastar energia administrando vários aparelhos. Em muitos casos, a alternativa pode estar em escolher uma das maquininhas mais completas do mercado, que já traz essas funções integradas.
Guia decisório visual
Para facilitar, é possível organizar os fatores em um checklist que mostra quando faz sentido ter duas maquininhas e quando não. Esse tipo de guia evita decisões por impulso e ajuda o empreendedor a avaliar com objetividade.
Quando vale a pena ter duas maquininhas:
- Negócios com alto fluxo de clientes simultâneos.
- Eventos sazonais com grande volume de vendas em pouco tempo.
- Empresas com múltiplos entregadores no delivery.
Quando não faz sentido:
- Microempreendedores com baixo volume de vendas.
- Lojas que atendem apenas bandeiras mais comuns.
- Quem já possui maquininha multi-bandeira ou completa.
Um checklist como esse ajuda a entender melhor quais maquininhas podem realmente ser ideais para o seu negócio, evitando custos desnecessários e garantindo eficiência no dia a dia.
Vale a pena ter maquininha reserva?
Em negócios de alto fluxo ou em eventos sazonais, ter uma maquininha extra evita perdas em caso de falha técnica ou conexão instável.
Duas maquininhas aumentam o limite de vendas?
Não. O limite de vendas está vinculado ao contrato com a operadora, e não à quantidade de aparelhos utilizados.
Ter mais de uma ajuda a reduzir taxas?
Pode ajudar, já que o empreendedor pode escolher a máquina com taxa mais baixa para cada venda. No entanto, dividir volume entre operadoras pode dificultar negociações de descontos.
É possível usar máquinas de empresas diferentes no mesmo CPF ou CNPJ?
Sim, a maioria das operadoras permite cadastro de múltiplos aparelhos no mesmo titular. Os recebimentos, porém, são direcionados para contas diferentes conforme cada contrato.
Ter mais de uma maquininha pode ser um diferencial em alguns contextos, mas também pode trazer custos e complexidade. A decisão deve levar em conta o tipo de negócio, o fluxo de clientes e os objetivos do empreendedor. Para quem atua em setores de alto movimento ou eventos sazonais, a redundância pode ser valiosa.
Já para quem tem vendas mais simples e regulares, uma única máquina pode ser suficiente, desde que bem escolhida. Avaliar os cenários com calma e comparar as opções disponíveis no mercado é a maneira mais segura de descobrir quais maquininhas realmente podem ser as melhores para o seu perfil e garantir que a tecnologia trabalhe a favor do seu faturamento.